sexta-feira, 30 de março de 2012

O Chê é mais bonito que o FHC!!



Outro dia comprei a revista Caros Amigos, cujo slogan é "A primeira à esquerda". Bem sugestivo.
Foi a edicão de fevereiro/2012. Primeiro, li uma matéria interessante sobre Música, falando de diferentes realidades, desde bandas competentíssimas, porém anônimas, até o estrelato de Michel Teló, o qual o autor até defende da enxurrada de críticas que este recebe, relembrando que há décadas um cantor brasileiro não fazia sucesso internacional, que ele era a síntese de um novo Brasil, miscigenado, integrado etc.
Bom, a partir daí, só veio asneira. Coisas do tipo "a PM de São Paulo age com maior desenvoltura do que na época da ditadura", relembrando os conflitos na Cidade Universitária; "As UPPs no Rio de Janeiro são ferramentas de opressão que coagem e amedontram a população", sendo que nunca se viu a auto-estima do carioca tão elevada, face às salutares doses de paz que estão experimentando nos últimos meses; e textos mal escritos do Mano X e MC Y, descrevendo superficialmente e sem o menor sentido de como é a vida na periferia. Seria uma tentativa do editor de fazer ele próprio uma inclusão social? É justo. Ademais, apenas palavras de ordem contra a patronagem em geral e ao capital, com um vocabulário de Karl Marx (aquele que nunca entrou numa fábrica durante toda a vida) totalmente fora da realidade. Uma bosta!

Interessante também observar as manifestações maciçamente de esquerda nas redes sociais. Todos contra a ocupação da Cracolândia!! No entanto, a Folha divulgou que mais de 80% dos paulistanos eram favoráveis. Por um acaso, está na moda ser comuna? Pega bem com a mulherada? É careta ser de direita, ou ainda, ao menos tentar enxergar as coisas à luz da razão? Ou os petistas realmente conseguem ser mais chatos que os corintianos? Ou melhor, todo petista É corintiano (brincadeira...rs).
Mais interessante ainda é observar que esses "comunas de plantão" pouco se prestam a auxiliar, ajudar ou prestar algum tipo de serviço ou caridade para comunidades e pessoas necessitadas, apesar do seu "generoso coração" preocupadíssimo com o caso Pinheirinho e dos morros no Rio. O máximo que conseguem articular são participações em Churrascos de Gente Diferenciada ou resolver todos os problemas do país numa mesa de um buteco sujo da Vila Madalena. No entanto, são os grupos religiosos, caretas e ditos de direita, que têm enxergado muito melhor a igualdade/fraternidade entre os seres humanos, articulando várias ações nese sentido, como doações de alimentos, roupas e abrigos para idosos e crianças.

terça-feira, 27 de março de 2012

Dogmania


No posto de gasolina da Casemiro, o frentista se assanhou com minha cachorra que estava com a cabeça pra fora do carro:
- Que raça que é?
- Vira-lata, respondi.
- Poxa, da hora. Adoro cachorro. Por mim tinha uns trinta, ó mano. "Box", "Lavrador", "Rótivalium".
- Mas você não tem nenhum?, perguntei.
- Tenho só um, mano. Outro dia, o bicho tava alucinado latindo atrás do armário, e quando a gente foi ver, tinha um ninho de rato atrás do baguio. Os cachorro é fogo, acho que sente pelo faro, né?
- Ah, com certeza! E ele pegou os ratos?
- Pegou nada! Os safado se acabrunharam no buraco. Eu meti massa e ai já era!!
- Vixe, viraram só o esqueleto então? sentenciei.
- Pode crer...hehehe.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Anglicismo

   

    O anglicismo é algo que incomoda. Principalmente quando seu uso é despropositado. A língua inglesa é sem dúvida muito objetiva e econômica, e seu uso em ambiente corporativo, das comunicações e tecnológico é compreensível e interessante. Mas no dia-a-dia das pessoas, no supermercado, no restaurante, em anúncios, estampas de camisetas etc, é péssimo. Observo também nesta prática uma tática de exclusão por parte de empresa/produtos com o objetivo de se direcionar a determinado público, selecionando apenas aqueles que possuem conhecimento do idioma, excluido assim os demais. Em outras palavras, "meu amigo, se você não entendeu o que estou dizendo, meu produto serve pra você". E é simplesmente horrível sentir-se excluído ou incapaz de entender algo quando aquilo poderia estar escrito no idioma do seu país.
    Outro dia fui comprar um presente para uma criança de dois anos, e tinha uma camiseta legal da Hering (marca 100% nacional) com um desenho do Maracanã e escrito "The biggest stadium in the world". Vejam que contradição: a exaltação de um orgulho do país, porém escrito em outro idioma. E era toda uma coleção, com Pão de Açucar, Capoeira, Futebol, todas com dizeres em inglês. O voyerismo do brasileiro, que adora exibir suas potencialidades para o estrangeiro e só se valoriza se este tecer sedutores elogios, também estava implícito naquele pequeno pedaço de pano. Mas criança de dois anos não sabe sequer ler. Os pais, sim. Comecei então a perceber que a maioria das camisetas de crianças são escritas em inglês (para as pessoas acharem que foi uma roupinha cara ao invés de ter sido comprada na baciada no Brás?).
    Mais do que se comunicar, o anglicismo influencia também na organização de nossas idéias e pensamentos. O melhor exemplo disso é o termo "bullying". Já ouvi várias pessoas dizendo "na minha época, não tinha esse tal de bullying". Na verdade, o que não havia era o termo, o conceito, assim como o estudo e a dicussão mais aprofundada a respeito.
    O idioma inglês tem essa capacidade e aptidão de criar termos que carregam um grande significado e que nos auxiliam a organizar as idéias. E nós temos o poder de escolher quando utilizá-lo e quando não.

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Yakisoba com Nostalgia



Eu estava em frente de casa quando chegou o motoboy trazendo alguma entrega de comida para a casa ao lado:
- Boa tarde. Yakisoba.
- Ah, só um minuto, disse a vizinha.
- Ei, vo-cê não é ir-mã do Ti-a-go?, se assanhou o rapaz com uma voz meio lesada.
- Sou sim.
- Car-ra-ca, meu! O Ti-a-go! Ele era...era...im-pres-cin-dí-vel!!
Depois de um breve silêncio, a moça perguntou com sinceridade:
- Como assim?
- Quer dizer, imprevisivel!, corrigiu o rapaz.
- Ah tá.
- Meu , o Ti-a-go...Caramba, o cara era im-pre-vi-sí-vel! A gente ficava no pá-teo da escola e do nada, do na-da, ele dava um mor-tal. Um MOR-TAL, meu, no meio da ga-le-ra!
- É, ele era assim mesmo! Olha ele ai. Tiago, o rapaz te conhece.
Eis que surge o imprevisível Tiago. Um gordinho ruivo de meia altura, com chinelo rider. Tentei imaginá-lo dando um salto mortal, mas o máximo que consegui foi imaginar ele devorando o yakisoba.
- Ti-a-go!! Me dá um abra- ço! Eu te amo, cara!! Eu te amo, Ti-a-go!!!

sábado, 22 de outubro de 2011

Boas-vindas cariocas




No saguão de desembarque do Santos Dumont:

- Vai uma graxa no pisante ae, dotô?
- Não, obrigado.
- Nem é de couro mêrrmo!

sábado, 15 de outubro de 2011

From Hell



Na avenida Jabaquara, o silêncio da tarde chuvosa é rompido por berros grotescos de um metaleiro empogadíssimo:

"WHERE THE FUCK ARE YOU?!
 WHERE THE FUCK ARE YOU?!"

"É muita maconha na cabeça", sentencia a senhora gorda, crente e honesta.
"Deixa ele. Ele só tá cantando... ", defende a moça.