sexta-feira, 23 de julho de 2010

Que belo tênis!!

"Próxima estação: Santa Cruz", anunciava o maquinista do metrô. Não sei exatamente se é próprio maquinista que anuncia as estações, mas acredito que sim, porque quando passa um vagão a gente só vê uma cabecinha dentro da cabine. Também não deve ser gravação, pois muitas vezes erram ou apresentam uma voz nada agradável. Às vezes até esquecem de avisar a estação, e em alguns casos, dão boas broncas nas pessoas que impedem o fechamento das portas. É, devia ser mesmo o maquinista que anunciava o quase término de mais uma quarta-feira! Me levantei lentamente, carregando todo o peso de mais um longo dia. Dei aquela alongada na barra redonda que fica no teto do vagão e uma analisada nas minhas possíveis olheiras através do vidro da porta à minha frente, que refletem bem e podemos nos ver como um espelho. Neste momento, uma pessoa me dá dois toques nas costas, me chamando. Quem seria àquela hora? Algum conhecido? Não, acho que não, haviam poucas pessoas no vagão, pois era bem tarde, e eu não havia reparado nenhum rosto familiar ao redor. E se tem alguma coisa que sou bom é em reconhecer as pessoas! De muito longe, até pelas costas, reconheço pessoas que não vejo há anos, ou que vi uma vez apenas na vida! Assalto no metrô? Não, duvido. O metrô de São Paulo é muito seguro. E eu não possuia nada atraente que despertasse o interesse de um suposto espertinho. Conforme minha cabeça ia girando para trás no intuito de responder àquele chamado, já avistava a silhueta de um senhor idoso. Deveria ser então um pedido de informação, de alguma rua, ou algo parecido. Ah, isso seria interessante, pois testaria meus conhecimentos de um bairro que morava há apenas alguns anos. É engraçado que o paulistano gosta de dar informações: em meio a agitação da cidade, pára seu andar apressado para orientar a quem necessite. Essa solidariedade acho que tem a ver com a formação da cidade e pessoas vindo de vários lugares do país e do mundo. Pois bem, a figura daquele senhor ia se definindo no minha retina ao passo que várias hipóteses sobre a pessoa que me chamava iam se criando rapidamente na minha mente. E eu estava prestes à descobrir o real motivo: ""Opa, tudo bem?!", respondi ao chamado daquele senhor bem arrumado, baixinho, que com a boca semi-aberta parecia curioso ou incomodado com alguma situação. "Tudo bem sim. É....eu tava reparando e achei legal seu tênis. Onde você comprou?"

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