segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Teerã: capital do Irã

Era início de mais um longo dia. Ainda com bastante sono, já falava com um dos fornecedores mais tagarelas que tínhamos na empresa. Como pode uma pessoa estar tão animada e a fim de falar naquela hora da manhã? Monossilabicamente, eu ia concordando com tudo que o Sr. Antônio dizia: "Que coisa". " Pois é". "É fogo, viu". E a conversa estava longe de terminar. Antônio tem uma empresa no Butantã, próximo à Cidade Universitária. É um senhor de sessenta e poucos anos, carioca, engraçado, bom de papo, mas naquele momento não estava com o mínimo saco de ouvir suas histórias. Eis que sua conversa começaria a ficar mais interessante: "Querido, aquilo não se faz. É uma QUESTÃ de princípios. QUESTÃ de princípios, querido!". Puta que pariu! Aquilo realmente me acordou de vez. "Questã" é foda! Acho que nem Camões falava "questã" de tão antiquado que era já em sua época. Mas com essa coisa de reforma ortográfica, a gente fica sempre com o pé atrás e, por isso, resolvi averiguar. Realmente "questã" não existe (ufa!).
O sr. Antônio vira e mexe ainda solta uma "questã". Percebo que ele gosta dessa palavra e até pronuncia ela com certo prazer. Logicamente, eu não digo nada. Uma questão de respeito.

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