sábado, 26 de junho de 2010

A Malandragem do Brasileiro

Era uma manhã ensolarada de novembro, estava em casa trabalhando. Tocou a campainha. Soava no interfone uma voz ansiosa, de um homem simples do interior:
- "Por favor, sinhô, eu sou pedreiro aqui da construção do lado, meu parceiro caiu e machucou o braço. A gente tava levando ele pro hospital e acabou a gasolina do meu fusquinha na avenida. O sinhô pode me emprestar 10 real, depois eu pago?".
Realmente havia uma construção com bastante pedreiro na rua Acarapé. Disse, de pronto: "Calma que tô indo ai". Peguei o dinheiro e abri o portão:
- "Bom dia", e o rapaz contou a história novamente, meio nervoso. Fiquei desconfiado.
- "Qual seu nome?". Ele começou a tremer.
- "Marcelo".
- "Você trabalha ai ao lado, então?"
- "Sim, sinhô". Nesse momento, saiu um pedreiro de dentro da obra com um carrinho de mão. O rapaz ficou mais nervoso e me apressou. "Então, daqui a pouco eu te devolvo. O rapaz tá lá no carro me esperando".
Com aquela pulga do tamanho de um elefante atrás da orelha, dei adeus a nota de dez e o tal pedreiro saiu vazado pra avenida Luis Góis.
Mesmo sabendo da resposta, fui na casa ao lado e perguntei se trabalhava algum Marcelo: "Não, senhor". Pronto! Cai no conto do vigário! Fui até a avenida dar uma checada pra ver se encontrava o malandro. Estava lá ele, parado. O fusquinha do Sr. Batalha da oficina mecânica, aguardando para fazer mais um socorro no dia.

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